Ei pessoal,
Já que ninguém mais deu pitaco no caso na última semana (também, fica difícil acrescentar mais qualquer informação depois que o André Cleriston passa por aqui), vou postar a solução do caso.
Tratava-se, realmente, de uma encefalopatia associada a tireopatia autoimune - a famosa e controversa
encefalopatia de Hashimoto.
O diagnóstico foi sugerido pelas características que o André já havia citado: quadro neuropsiquiátrico subagudo, acometendo mulher de meia-idade, com evidência de autoimunidade tireoidiana, com investigação diagnóstica inicial negativa.
Um exame ótimo para avaliar encefalopatia de Hashimoto é dosar os
anticorpos antitireoidianos (anti-TPO, anti-Tg) no líquor, onde devem estar elevados -
e estavam, no caso da nossa paciente. Nâo está claro se esses anticorpos têm algum papel patogênico, mas provavelmente eles são meros marcadores de um processo autoimune subjacente. Além disso, a evolução da encefalopatia de Hashimoto não tem relação com a evolução do hipotireoidismo, razão pela qual nossa paciente não apresentou melhora neurológica após tratamento do hipotireoidismo com levotiroxina.
A paciente foi tratada com prednisona 1mg/kg/dia (o tratamento de escolha para essa situação), evoluindo com discreta melhora neurológica após 30 dias.
Segue a descrição original do caso, para quem tiver interesse:
Alguém se anima a mandar um caso novo?
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Abraço, e obrigado pela participação de todos.
Gaúcho